Policial civil é baleado em tentativa de assalto

Policial civil é baleado em tentativa de assalto
Desde terça-feira, é o terceiro policial ferido. Seis agentes morreram em cinco dias.

O policial civil Richard Valença Braga, de 37 anos, foi baleado durante uma tentativa de assalto na saída da Linha Amarela, na altura de Del Castilho, no subúrbio do Rio, na manhã desta quarta-feira (23). Na terça-feira (22) um policial foi morto e dois ficaram feridos. Ao todo seis agentes morreram desde a última sexta-feira (18) vítimas de ataques. As informações são do serviço reservado do 3º BPM (Méier).

Segundo a polícia, Braga seguia em seu carro por volta das 7h quando foi abordado por três homens num veículo e teria reagido. O policial, que trabalha na Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae), foi atingido no abdômen e na perna esquerda. Ele foi levado para o Hospital Salgado Filho, no Méier, no subúrbio. De acordo com informações da Secretaria municipal de Saúde, ele já foi operado, e passa bem. Seu estado é estável. Os suspeitos fugiram sem levar o carro.

Seis mortos e três feridos

Desde sexta-feira (18), seis policiais foram mortos e dois ficaram feridos. Na sexta, morreram o cabo Kleber Amparo foi morto em Niterói, na Região Metropolitana, o soldado Márcio de Oliveira Mendonça, em Bangu, na Zona Oeste, e Paulo Craveiro, que trabalhava no Detran, em Olaria. No dia 19, foram mortos o cabo João Luiz de Souza, em Campo Grande, na Zona Oeste, e o sargento Marcos Patrillo Mercês, em Vilar dos Teles, na Baixada Fluminense. Na terça-feira (22), o sargento Edgar de Freitas Navarro, morreu em Cascadura, no subúrbio do Rio.

Além do policial civil Richard Valença Braga, baleado nesta quarta (23), em Del Castilho, no subúrbio, também foram feridos na terça-feira (22) o sargento Carlos Vargas de Lima, durante uma tentiva de assalto, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e o cabo Ueslen de Carvalho Guimarães, em Guaratiba, na Zona Oeste.

Breve biografia do Richard:

Eu o conheci antes de entrarmos para a faculdade, e nao por acaso ele é um dos caras que admiro.

Passamos juntos no vestibular. Ele foi primeiro lugar em sociologia na UERJ e UFRJ. Com 18 anos, totalmente auto-didata, e dominando a escrita como poucos, ja conhecia boa parte da obra de Freud e Jung, alem de filosofia classica - acho que até hoje guardo as cartas que ele me enviava sugerindo leituras, dentre elas um livro que guardo até hoje do Ralph Linton. A propósito, foi um dos primeiros lugares no mestrado em antropologia do Museu Nacional. Lembro que quando nos encontravamos para um cafe acabavamos sempre conversando sobre Sergio Buarque e Gilberto Freyre, autores que eu comecava a descobrir e ele ja estava careca de ler. Era tao distinto que inspirava respeito nao so dos alunos, mas dos professores. Mas de repente, decidiu abandonar a vida academica - eu sempre tive a impressao que ele era brilhante demais para essa vida. Penou trabalhando numa livraria até decidir fazer o que queria, ser policial civil. Ha pouco mais de um ano, tomou um tiro de fuzil numa operacao numa favela. Por esses segundos e milimetros controlados por forcas maiores que podemos perceber mas nao entender tampouco ver, a bala nao tocou a arteria femoral.

E ontem recebi essa nova noticia.

Desde ontem não paro de pensar que nos Estados Unidos - um lugar onde a tensao entre um policial e um bandido não é menor - um bandido não tem sequer a coragem de pensar em atirar num policial. E eh por isso que as vezes penso seriamente em me tornar um ex-carioca.

O Richard vai sair dessa. Só isso.

Nenhum comentário: