Bolsa-Família

Sempre aprendemos na escola que o Brasil é um país grande e o quinto mais populoso do mundo. O Brasil é um país grande e tem 189,5 milhões de pessoas que nasceram no Brasil e portanto são consideradas brasileiras. Apesar de serem todos brasileiros, os nascidos no Brasil, nem todos são iguais. Ou melhor, apesar de os nascidos no Brasil serem brasileiros, exitem brasileiros que se diluem em estatísticas – ou seja, existem apenas como números para um ramo das matemáticas aplicadas que recorre ao cálculo das probabilidades para estabelecer hipóteses com base em acontecimentos reais, com o fim de fazer previsões. Prova disso é que o Brasil, que é o quinto pais mais populoso do mundo, possui um programa social que assiste a famílias desamparadas chamado Bolsa-Família. O programa Bolsa-Família beneficia estatísticamente 48,5 milhões de pessoas, nascidas no Brasil e portanto brasileiras. Infelizmente, um em cada quatro brasileiros necessita do Bolsa-Família. Parte do grupo de três em cada quatro brasileiros critica o programa Bolsa–Família, pois acredita que um em cada quatro brasileiro não prosperou na vida por conta de sua individual incapacidade em perceber que, brasileiros ou não, todos nascem iguais, em igualdade de condições, e com o dom divino do Individualismo Possessivo. Falaciosamente, parte do grupo de três em cada quatro brasileiros invoca a Locke para explicar estatisticamente o que pilantramente justifica uns serem diferentes dos ( ou melhores que) outros.

Fato é que um em cada quatro brasileiros faz parte de uma estatísitca incômoda. Aqueles que não estão no grupo das estatísticas incômodas, e portanto se incomodam com os números e os propósitos do programa Bolsa-Familia, criticam o Programa argumentando que é assistencialista. Porém, na prática a teoria é outra. Esclareço didaticamente: o valor do benefício vai de R$ 18,00 a R$ 112,00, que provavelmente é o valor de um jantar de um dos membros do grupo que não está no grupo do das estatísticas incômodas, ou seja, o grupo dos incomodados, mas que critica o governo e ao grupo dos estatisticamente incômodos sem se dar conta que há uma não desprezível inverosimilhança entre os R$ 112,00 gastados num jantar, digerido e excretado em 24-48 dependendo do metabolismo intestinal do incomodado, e os R$112,00 que uma família de cinco pessoas necessita para sobreviver durante um mês. Assim sendo, orçamento do Bolsa-Família é de 8,7 bilhões de reais e por parecer muito para aqueles que não estão no grupo das estatísticas incômodas, ou seja os incomodados, é um programa que recebe muitas críticas. Para incomodar mais ainda ao grupo dos que não estão no grupo das estatísticas incômodas, e portanto entram na estatísticas dos confortavelmente incomodados, o programa deve ser aumentado em 400 milhões antes do fim de 2007, incomodando ainda mais àqueles que já se sentem incomodados e que já provavelmente digeriram o jantar de, suponhamos, R$ 50,00 de ontem a noite.

Assusta que 30,3% dos beneficiados está na faixa entre 7 e 15 anos. E assusta mais ainda a crueldade com que uma pessoa de 65 anos de idade é jogada, estatisticamente falando, nafaixa de 1,4% to total de pessoas que não sobreviveriam sem o mesmo valor gasto por um comensal que gasta 50 reais num jantar trivial. Talvez os incomodados ainda não saibam, mas 69,2% dos beneficiados vivem em zonas urbanas.

Entristece o fato de que Brasil é um país grande e o quinto mais populoso do mundo, com 189,5 milhões de pessoas que nasceram no Brasil e portanto são consideradas brasileiras, e que apesar de serem todas brasileiras, nascidas no Brasil, nem todas são iguais, ja que 48,5 milhões delas, ou seja, um em cada quatro dos brasileiros não tem escolha - estatisticamente falando.



Quem quiser conferir tampe o nariz, a bra e leia com atenção o Estado de São Paulo de hoje.

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