Melhores frases do Rubem Fonseca

Advirto-o a título de informação. Você está entrando na postagem mais visitada deste blog.








"Leio os jornais para saber o que eles estão comendo, bebendo, e fazendo. Quero viver muito para ter tempo de matar todos eles."

"Ficam em Paris uma semana, o dia inteiro e a noite inteira juntos. Tomam banho juntos. Beijam-se com a boca cheia de comida, com a boca cheia de pasta de dentes, com o rosto molhado, com o rosto ensaboado. Ficam dias inteiros no quarto, rompendo os limites da imaginação e do corpo, como ela diz. Ele faz imitações de atores famosos, Cagney, Bogart, Karloff. Ela imita atrizes de filmes B, fazendo strip-tease."

"Um ladrão é considerado um pouco mais perigoso do que um artista." O caso Morel

"Numa separação, aquele que não ama é o que diz as coisas carinhosas"

"Ao se misturarem, as salivas adquirem um paladar inefável, comparável apenas ao néctar mitológico"

"Tenho ginásio, sei ler, escrever e fazer raiz quadrada. Chuto a macumba que quiser. "

"O pecado é mais saudável e alegre do que a virtude. Aqueles que trocam o vício pela beatice tornam-se velhos feios e desagradáveis." O Doente de Moliere

"Tinha muitas idéias na cabeça, e isso me atrapalhava. Os melhores conferencistas são aqueles de uma única idéia. Os melhores professores, os que sabem pouco." O Caso Morel

"Deixo as mulheres bonitas para os homens sem criatividade."

"A coerência é uma característica vegetal que eu felizmente não possuo." Mandrake - Grande Arte

"As coisas naturais têm que ser conhecidas antes de serem amadas. As coisas sobrenaturais só chegam a ser conhecidas por aqueles que as amam."

"O homem é um animal solitário, um animal infeliz, só a morte pode consertar a gente." Os Prisioneiros

"Escrever é tomar decisões constantemente."

"Rir é bom, mas pode foder a vida de uma pessoa"

"...era um tipo comum de mãe altruísta que se sacrifica pela família e,em troca, cobra de todos total submissão as regras e valores que estabelece arbitrariamente." A Grande Arte

"So continuo com voce se voce acabar com essa moça. Nada tenho com ela, isso nao existe? Voce gosta dela, isso existe. Quero que voce deixe de gostar dela. Voce uma vez me disse que so gosta de quem gosta de voce, que so gosta de quem voce quer. Quero que voce goste apenas de mim. Do contrario adeus, nao tem mais jogo de xadrez, trepada na hora que voce bem entende, pileques de vinho. Eu odeio vinho seu cretino, bebo por sua causa. Odeio, odeio, odeio.
E xadrez?
Xadrez eu gosto, disse Berta enxugando as lagrimas. Em vez de ser um protagonista de sua propria vida, Berta o era da minha." Mandrake

Labirinto

















Dinah Silveira de Queiroz
A Moralista
http://www.youtube.com/watch?v=QZhJbsXHL4s&mode=related&search=

Victor Giudice
O Arquivo
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Julia Lopes de Almeida
A Caolha
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João Silvério Trevisan
Dois corpos que caem
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Moreira Campos
Vozes do Morto
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Leo Trombka
A Passagem
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Luiz Vilela
Eu estava ali deitado
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A Cabeça
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nhonho musical

Coisa mais Linda - Documentário de Paulo Thiago. Aqui, no DC Film Festival se chamou This Is Bossa Nova: The History and Stories (Brasil, 2005. 129 min.)

Meu camarada, percussionista norte-americano, Jay Metz, o pai do grande Darwin, me chamou para ver o 'Coisa mais linda' há umas três semanas. Gosto do Jay, sei que ele é um sincero interessado em música e história da música brasileira, mas a princípio torci o nariz. Pensei que um documentário sobre Bossa Nova traria um monte de citações saudosistas, canções com letras pobres e a falsa retórica de rompimento com a música americana, especialmente o jazz feita por aquela rapazeada da zona sul. O ticket já estava comprado para um domingo a tarde, ou seja, ontem, então decidi ir a uma dos inúmeras salas de exibiçao do Regal Cinema em Chinatown.

O filme mostra através de depoimentos informais um painel histórico, musical e informativo sobre o nascimento da Bossa Nova, nos anos 50. O movimento musical atingiu o ápice em 21 de novembro de 1962, quando se internacionalizou definitivamente em um concerto do Carnegie Hall em Nova York.

Um documentário despretencioso. Os depoimentos são interessantes e as músicas tem a leveza daquelas que são boas de ouvir. A linha de argumento, se é que há alguma, é centrada nos depoimentos de Roberto Menescal e Carlos Lyra. As presenças marcantes no documentário são as de Alaíde Costa, Johnny Alf, Joyce, João Donato, Billy Blanco, Wanda Sá, Iko Castro Neves, e a sempre Leni Andrade entre outros que ainda defendem as bandeiras da Bossa Nova. Na parte teórica estão lá Sérgio Cabral (sempre impressionista), Tarik de Souza (sempre preciso) e Arthur Tavola - que ousa criar a discutível tese de que a Bossa Nova foi o fechamento do movimento modernista de 22. Há também os discursos emocionados sobre a participação de Vinicius de Morais, Tom Jobim, João Gilberto e Nara Leão - os pontos transcendentes e fora da curva - no movimento. Enfim, o diretor tenta traçar um painel da década de 1950 num filme que poderia ser mais curto, mais elaborado e sem dúvida com mais dados históricos sobre o fenômeno.

No final do filme Paulo Thiago, com um bottom de foice e martelo na lapela, acompanhado pela beleza da Mariangela Bitencourt, respondeu a algumas perguntas da platéia. Numa das respostas ele deixa claro que não queria fazer um filme qe contasse uma história, mas sim uma narrativa leve .

O José Ramos Tinhorão, em seu purismo coerentemente marxista, pode até ter sido cruel com o movimento, mas que aquele 'era um grupo de jovens filhos de famílias de boa situação econômica...' isso era...

Intimate Lighting

Livro do dia: Bronfman. Alejandra. Measures of Equality: Social Science, Citizenship and Race in Cuba, 1902-1940.

Livro desses que se lê de cabo a rabo sem parar. O título, como todo o atual livro acadêmico americano tem raça no título. Esta é uma obsessão mercadológica de orientadores, que querem ver seus pupilos publicados; editores, que não querem mudar um esquema que venda; e de jovens historiadores que querem a todo custo ver suas teses publicadas. Sob a cifra publica-se muita, mas muita palha – qualquer dia me dispo dos escrúpulos e começo a dar nome aos burros. Mas esse não é o caso do livro de Bronfman que por sinal é muito bem construído e articulado.
O livro fala em linhas gerais do período pos-independente cubano, quando nacionalistas tentaram criar uma unidade política transcendendo à questão da raça e priorizando a formação de Cuba como um país multicultural. Já na introdução ela dá uma mostra de que lado está no polêmico debate sobre raça e certamente não é engrossando as fileiras de Aline Helg, que via o mito da ‘democracia racial’ como uma forma de ‘powerful weapon in the hand of the white elites, who were able to silence or violently repress demands for political and social equality’ – basicamente, o mesmo blábláblá que rendeu anos e anos de discussão e ataques a figura de Gilberto Freyre e ao seu suposto engajamento na idéia de que no Brasil se vivia de fato uma Democracia Racial. Bronfman rompe corajosamente com esse tipo de perspectiva afirmando que o ‘mito’ em Cuba, ao contrário, limitou o escopo das práticas racistas exclusivistas. Boa parte de seu argumento baseia-se nas idéias de Alejandro de La Fuente, um jovem historiador que definitivamente rompeu com a idéia de que Cubans of African descents eram tidos como pobres coitados por estarem sujeitos a democracia dos brancos, e por isso não tinham poder de barganha ou espaço de manobra, e por isso não lhes era permitida a participação política, e por isso eram oprimidos, e por isso não eram felizes e por ai vai...
Bronfman traça, como ela mesmo diz, uma genealogia das teorias eugênicas e das idéias de alguns teóricos criminalistas para provar que as hipóteses de Fernando Ortiz ou até mesmo um Israel Castellanos sobre criminalidade não era apenas uma forma de incriminar o indivíduo que comete um ato ilícito, mas o conjunto de indivíduos que apresentando determinadas características físicas e psicológicas estariam aptos a cometer atos criminais. E La Nave Va. Nesta balsa, as elites brancas poderiam colocar muita gente que não fosse suficientemente virtuosa para pleitear a cidadania. Entretanto, Bronfman inverte esse jogo e foge da resposta fácil, dizendo que apesar da normatização e da tipificação do crime, da limitação da participação popular negra, ainda assim havia espaços de negociação abertos. Ainda assim a cidadania ofereceu vantagens concretas ao invés de promessas vazias.
Vale notar que a perspectiva de Bronfman eleva a discussão historiografica sobre a America Latina pois refuta a idéia de que este espaço abaixo da linha do equador é o lugar da desordem, da falta de instituições fortes e consequentemente da falta de democracia.

O Intimate Lighting do título é um filme tcheco comprado hoje no Potomac video, que anda vendendo o estoque da filial de Cleveland Park por 3 dólares cada VHS. Na era do DVD e das imagens de arquivos digitais, já comprei alguns Truffauts, Fellinis, Rosselinis e Bergmans, que ficam espalhados em caixas de papelão no chão da loja.

Todos longe e eu aqui. Gabriel foi pra mais uma de suas viagens, Carrie só retona do sábado e Fred a essa hora está num avião rumando para Caberra ou Sidney.

Diferenças e distâncias

Sexta-feira, 31 de março de 2006. Dia de uma prova para um trabalho num lugar onde nao gostaria de trabalhar. Apos horas de uma prova sem pe nem cabeca, se o leão nao está morto, necessita de cuidados intensivos. Sinceramente, cá pra nós, essa tarefa de matar um leão por dia é inglória. O fim de tarde eh na Casa do Fred. Detonados os restinhos de um Johnnie Walker Black Label partimos para a generosidade do Glenlivet 12 anos, que nos espera antes do show do Carcoarco. Desde quarta, dois dias, em casa jazem paz e amplas cachimbadas de silencio. Agora, aqui na Casa do Fred, no alto da colina da Wisconsin Avenue o Jacob, o Rafael e a Luciana, dos Rabellos, a dar sentido ao sentido que procuramos na viola e no cavaquinho, ja que o outro choro - o do Gabriel deu trégua. Nesta hora, nas Gerais com a mãe, deve estar feliz pra caramba, pois o Brasil, ainda que no isolamento de Minas, é lugar bom pra regozijo. Aqui, morendo de saudades dos olhos do Gabriel, com a casa que sei estarah vazia, contento-me com a semelhança da foto das janelas de Ouro Preto, pendida no corredor que vai da sala ao quarto de dormir. E eu aqui:
"Contentemo-nos com a ilusão da semelhança, porém, em verdade lhe digo, senhor doutor que o interesse da vida onde sempre esteve foi nas diferenças" - Saramago.