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Coisa mais Linda - Documentário de Paulo Thiago. Aqui, no DC Film Festival se chamou This Is Bossa Nova: The History and Stories (Brasil, 2005. 129 min.)

Meu camarada, percussionista norte-americano, Jay Metz, o pai do grande Darwin, me chamou para ver o 'Coisa mais linda' há umas três semanas. Gosto do Jay, sei que ele é um sincero interessado em música e história da música brasileira, mas a princípio torci o nariz. Pensei que um documentário sobre Bossa Nova traria um monte de citações saudosistas, canções com letras pobres e a falsa retórica de rompimento com a música americana, especialmente o jazz feita por aquela rapazeada da zona sul. O ticket já estava comprado para um domingo a tarde, ou seja, ontem, então decidi ir a uma dos inúmeras salas de exibiçao do Regal Cinema em Chinatown.

O filme mostra através de depoimentos informais um painel histórico, musical e informativo sobre o nascimento da Bossa Nova, nos anos 50. O movimento musical atingiu o ápice em 21 de novembro de 1962, quando se internacionalizou definitivamente em um concerto do Carnegie Hall em Nova York.

Um documentário despretencioso. Os depoimentos são interessantes e as músicas tem a leveza daquelas que são boas de ouvir. A linha de argumento, se é que há alguma, é centrada nos depoimentos de Roberto Menescal e Carlos Lyra. As presenças marcantes no documentário são as de Alaíde Costa, Johnny Alf, Joyce, João Donato, Billy Blanco, Wanda Sá, Iko Castro Neves, e a sempre Leni Andrade entre outros que ainda defendem as bandeiras da Bossa Nova. Na parte teórica estão lá Sérgio Cabral (sempre impressionista), Tarik de Souza (sempre preciso) e Arthur Tavola - que ousa criar a discutível tese de que a Bossa Nova foi o fechamento do movimento modernista de 22. Há também os discursos emocionados sobre a participação de Vinicius de Morais, Tom Jobim, João Gilberto e Nara Leão - os pontos transcendentes e fora da curva - no movimento. Enfim, o diretor tenta traçar um painel da década de 1950 num filme que poderia ser mais curto, mais elaborado e sem dúvida com mais dados históricos sobre o fenômeno.

No final do filme Paulo Thiago, com um bottom de foice e martelo na lapela, acompanhado pela beleza da Mariangela Bitencourt, respondeu a algumas perguntas da platéia. Numa das respostas ele deixa claro que não queria fazer um filme qe contasse uma história, mas sim uma narrativa leve .

O José Ramos Tinhorão, em seu purismo coerentemente marxista, pode até ter sido cruel com o movimento, mas que aquele 'era um grupo de jovens filhos de famílias de boa situação econômica...' isso era...

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