Contentemo-nos com a Ilusão da Semelhança, porém, em verdade lhe digo, senhor doutor, se me posso exprimir em estilo profético, que o interesse da vida onde sempre esteve foi nas diferenças,
Fury and sound
Moral da arte pela arte
Em junho de 1936. Atenção: mês de junho. Federico García Lorca foi perguntado o que ele pensava da Arte pela Arte. Ele respondeu que "já nenhum homem verdadeiro acredita no conceito da arte pura, de arte pela arte". E acrescentou: "Neste momento dramático do mundo, o artista deve chorar e rir com o seu povo". Dois meses depois, em agosto, o poeta foi fuzilado de costas pelos fascistas que, tomaram pelas armas Granada e enterraram o corpo numa vala comum. Atenção: Fuzilado de costas. As circunstâncias do encobrimento desse assassinato foram exaustivamente pesquisadas pelo historiador irlandês Ian Gibs, autor de biografia com farto material sobre Lorca.
Sam Peckinpah Again!
(Filme e postagem de 2011, mas... me peguei assistindo o Peckinpah again, ontem)
Western Crepuscular ou Tráiganme la cabeza de Alfredo García
"El Jefe" é milionário “fazendeiro”, mejicano e cheio de capangas mejicanos, descobre que sua filha Teresa está grávida. O cidadão em vez de ficar feliz por ser avô, fica furioso. Primeiro por que por que a criança vai nascer sem pai, segundo por que a menina era virgem – veja bem, estamos falando de caras mexicanos, ano de 1974, com outro diapasão. El Jefe, então, aplica uns safanões na menina para saber quem seria o pai da criança. Entre uma bordoada e outra a moça acaba revelando que o pai é Alfredo Garcia, justamente o homem que El Jefe tinha preparado para ser seu sucessor – ai você pensaria… ahh, Freud explica.
Para lavar a honra tanto da
filha como de sua película apassivadora, contrata dois pistoleiros maus
e internacionais, que na verdade encontram-se na outra margem do Rio Grande, e
oferece 1 milhão de dólares para quem trouxer a cabeça do tal Alfredo Garcia.
Dois pistoleiros chegam a um bar do baixo
meretrício mejicano en Ciudad de Méjico, onde encontram o pianista Bennie, um ex
militar americano que vendo a pinta dos pistoleiros se faz de desentendido. Eles
oferecem um bom tutu pela informação do paradeiro de Alfredo Garcia, mas querem
como prova a cabeça de Garcia. O pianista já andava meio na bronca com Garcia
pela folga com a cantora Elita, seu trelêlê oficial, e fica de dar a resposta aos bandidos. Bennie
vai atrás de Garcia e se certifica que ele estivera com Elita. Mas a cantora
lhe diz que Garcia foi embora para sua cidade no interior do México, onde
sofreu um acidente de carro e morreu.
Mas é claro (!) que Bennie não acredita nessa estorinha fiada
de Elita. E no melhor estilo brasileiro
compra um terçado e parte com Elita rumo à cidade onde Garcia foi enterrado,
para conseguir a prova da morte de Garcia, ou seja, literalmente a cabeça de
Alfredo Garcia.
Mas como isso tudo é uma
estória de western pop crepuscular pensada por Peckinpah, o mais gótico dos
diretores do gênero, os assassinos não confiam em Bennie e sem ele saber o
seguem até a um vilarejo no interior do Méjico, onde então ocorrerá a emboscada
e a pendenga semi-final. Afinal, pensa comigo. Por que eles vão pagar ao cara,
se pode embolsar a grana e ainda matar o infeliz do Bennie, não é mesmo. Isso é
Óbvio. O filme foi um dos mais baratos do Peckinpah, e justiça seja feita, fez
milagres. Se o Peckinpah tivesse metade da grana e dos amigos do Tarantino...
Com orçamento enxugadíssimo e um roteiro barato, não
deu outra, Bennie encontra a sepultura de Alfredo Garcia e ao tentar
desenterrá-lo é atacado pelas costas. Quando desperta, está enterrado. Com
muito esforço consegue se desenterrar, mas constada que sua amante, Elita,
enterrada ao seu lado está morta. Bennie ao ver a sepultura de Garcia
aberta, constata que o corpo não tinha a cabeça, levada enquanto esteve
desacordado e então passa a desconfiar que se os dois assassinos de aluguel o
seguiram até aquele fim de mundo, e levaram a cabeça de Alfredo Garcia, por que
a cabeça do morto vale muito mais na mão dos sicários que na dele.
Enfim, depois tremenda
troca de tiros, ele recupera a cabeça de Garcia e a coloca num saco com gelo e
dirige com a cabeça no banco do lado.
O monólogo de Bennie com a
cabeça morta de Alfredo Garcia é uma cena surreal, mas fantástica. Talvez o
ponto alto do filme seja esse convívio de Bennie com a cabeça decepada.
O filme tem várias
reviravoltas. Os matadores Sappensly e Quill acabam fazendo uma emboscada,
quando Bennie vai devolver a cabeça à família de Alfredo Garcia. Quill mata
toda a familia de Garcia, mas é morto por Bennie. Sappensly, desolado como um
matador olhando para seu parceiro morto, diz que não pagará Bennie, e também
toma um caroço na cabeça.
E nesse meio tempo, Bennie
continua conversando com a cabeça. Chega ao hotel, lava-a e pretende levá-la ao
Jefe, com o pretexto de receber os US$ 10K. Em meio a mais tiros, Bennie finalmente
consegue o endereço do Jefe.
Consegue chegar justo no
dia do batizado do rebento. O Jefe estava até feliz. Bennie se apresenta,
entrega a cabeça e relata quantas pessoas morreram por aquela cabeça. Quando o
Jefe diz para ele pegar seu dinheiro, jogar a cabeça para os porcos e ir embora,
ele lembra que Elita se incluía naquele monte de mortes em vão, e aí é possível
ver como o semblante de Warren Oates muda ao constatar que tudo aqui tinha sido
em vão.
Ai meu amigo... acho que não era nem mais o Beniie que estava ali, e sim o Oates, vaqueiro do Kentucky, amigo do Steve McQueen. Foi tiro pra todo lado. Bennie, enfurecido, mata um monte de capanga do Jefe.
A mocinha entra com o filho
no colo e pede que mate seu pai. Ele pega a cabeça e vai em direção a porteira
da fazenda levando o Jefe, junto a Teresa.
Chegando na porteira, ele
se vira pra Teresa e diz assim mesmo do jeito que eu estou te falando: “Agora,
você coisa da criança, que do
teu pai cuido eu…” UAU ! podia terminar ai
né! Mas não…. Isso é um filme de Sam
Peckinpah.
Como esses mafiosos,
traficantes, milicianos tem sempre capangas pra caramba, surgiu mais um monte
do nada e rasgaram Bennie com rajadas de metralhadoras.
Nota. Sam Peckinpah já foi partícula apassivadora em tiranicídia contenda entre meu concunhado e eu. Enquanto eu dizia que o cinema americano não era autoral, ou seja, não tinha uma linha de cineastas que faziam filmes classificáveis pelo toque de Midas da linha autoral, o concunhado dizia que havia Peckinpah: "brutalidade mimética, estética da violência e ódio fiduciário". Dito assim, de maneira tão bonita, pode até ser.
O qUiNzE
— Besteira, mulher!... Tomei nada! Matei o bicho! A vontade que eu tinha era estar mesmo bebinho, pra me esquecer de tudo quanto é desgraça!...
Em O Quinze, de Rachel de Queirós.
Kafka e o confinamento horizontal
Certo dia, ao acordar após sonhos estranhos, Gregor Samsa viu-se na sua cama, metamorfoseado num monstruoso inseto. Mas, Gregor é vocacional, não se preocupa com sua transformação, e sim com o fato de estar atrasado para o trabalho.
Chega ao trabalho e sem se dar conta de seu aspecto meio escroto, Gregor, após muitas dificuldades, consegue abrir a porta do local. Todos se assustam, inclusive o gerente, que sai correndo. Samsa avança em direção a ele, forçando-o a entrar de volta no escritório. Após esse episódio, Gregor é demitido. Demitido nessas circunstâncias com esse aspecto, sua família o rejeita e sua única alternativa é o confinamento social HORIZONTAL. Entendeu?
A partir daí, Gregor, que sem conseguir fazer nada, ouve sua família discutindo aos berros como vão fazer para se sustentar a casa. Agora, tinham uma renda a menos na casa, e como pagariam a educação dos filhos, as aulas de violino da menina…
A propósito, em alguns momentos de seu drama, a irmã mostra certa compaixão por ele levando uma comida, e tal.
Nisso, Gregor sente uma forte angústia por não poder fazer nada, nem opinar sobre o que fazer. A família compadecida com a falta de espaço do quarto, retira os móveis, mas na operação de retirada, Samsa tenta fugir, no que é impedido pelo pai que lhe atira uma série de maçãs.
No final das contas os Samsa, (sem contar com a opinião de Gregor, claro) decidem sublocar um quarto para complementar a renda. O quarto é alugado por três inquilinos, que vivem na casa por um tempo. Num certo dia, Ana esquece a porta, que ligava a sala ao quarto de Gregor, aberta.
Justo na hora da jantar, Greta tocava o seu violino para os inquilinos. Gregor, do seu quarto, ouve inebriado o som e segue em direção à sala de jantar. Nos primeiros momentos, ninguém o percebe, mas após alguns segundos um dos inquilinos o vê e grita de pavor.
Sr. Samsa tenta afastar os inquilinos de modo que não vejam o inseto e ao mesmo tempo fazer com que a criatura volte para o seu quarto.
Depois desse incidente, Greta, a única que ainda via Gregor com certa compassividade e não como um monstro horroroso que atormentava a sua família, perde toda a compaixão e chega à conclusão que eles devem se livrar dele.
Kafka ainda fala várias vezes sobre a maçã, atirada pelo pai, e encravada nas costas de Gregor, que vai apodrecendo gradualmente em suas costas.
Depois é o que se sabe. O personagem de Kafka, confinado HORIZONTALMENTE não tem de se levantar cedo para ir trabalhar, continua vivendo confinado no seu quarto, deitado no canto mais escuro e convencido de que se transformara em algo muito diferente de um homem. Como se recusa comer, acaba morrendo, com o corpo exaurido e seco, encontrado pela dona diarista.
Após sua morte, a família sente um grande alívio. Ana acabar de limpar o quarto do falecido, a família sai da casa feliz. Já não pensavam na morte de Gregor e viam uma certa esperança num futuro próximo, em que poderiam comprar uma casa mais confortável.
Os três períodos da relação da família perante Gregor são sintomáticos. No primeiro, a família sente medo mas deixa-o ali pela na casa; no segundo aceita-o, mas esconde-o do mundo; já no terceiro, odeia-o, vê ele como um peso desnecessário e quer livrar-se dele a qualquer custo.
Nesse momento político meta-pós-apocalíptico-carnavalesco-pandêmico brasileiro(!) em que não há nem esquerda combativa, nem oposição coerente, nem imprensa confiável, nem Supremo imparcial, nem Legislativo mínimamente ético, nem porra nenhuma, o meio social degradado gera uma consciência social igualmente degradada. Posso até estar enganado, mas esse nosso nazifascisminho moreno que se apossou de um meio social totalmente degradado é um falso axioma por que o raciocínio do fascista moreno é todo baseado em falsas verdades. Formado por uma tropa de choque vinda de um lumpesinato, bastante semelhante às milícias militares de baixa patente e segmentos fanatizados de cultos religiosos, sem falar na classe média temerosa de seu empobrecimento e rancorosa em seus preconceitos temos hoje uma família Samsa muito unida. O único problema, é que o inseto que apodrece no quarto somos nós, os que não foram e nem querem se incluir.
A faca não corta o fogo
O Balzaquiano Flaubert: 140 anos de pura malemolência
Ernest Pinard foi um ministro do Interior francês, facilmente olvidável, a não ser por alguns detalhes de sua biografia. Nivelados por baixo, Pinard e Sérgio Moro guardam alguma semelhança. Ambos tinham ambição maior que seus estômagos, e ambos tiveram carreiras meteóricas.
Pinard decidiu ingressar no judiciário e, em maio de 1849, sendo nomeado procurador adjunto em Tonnerre. Em dezembro de 1851, ele se tornou procurador adjunto em Troyes e, em dezembro de 1852, em Reims. Em outubro de 1853, foi nomeado procurador adjunto no Tribunal do Sena em Paris onde aí sim começou uma espécie de Lava Jato dos bons costumes franceses.
Apenas para contextualizar, Em 1848 cai a Monarquia Francesa e o governo provisório organiza um processo político eleitoral, sendo eleito Luis Bonaparte, Sobrinho de Napoleão, que vence as eleições por 5.434.226 votos contra 1.448.107 votos conferidos ao General Cavaignac – uma espécie de Haddad das bandas de lá. Em dezembro de 1851 Luis Bonaparte decreta o estado de sítio e lança o terror em Paris e outras cidades francesas. E é justamente aqui que Marx escreve "O 18 de Brumário de Luis Bonaparte", artigo encomendado e publicado pela revista alemã Die Revolution.
Com a faca e o queijo na mão, Pinard não pensou duas vezes. Lascou de processar todo mundo. De repente quis moralizar tudo. Em 1857, foi a vez de Baudelaire,
por causa dos poemas de Flores do Mal; depois, Eugénie Sue por seu Os Mistérios do Povo, e por fim, Gustave Flaubert por Madame Bovary.
Contra Baudelaire, ainda conseguiu banir 7 poemas do conjunto do Flores do Mal, por temática, ora veja você, lésbica (!) e sadomasoquista (!). Diga-se de passagem, a proibição permaneceu até 1948!
Já contra Flaubert, o distinto se deu mal. Flaubert não só foi absolvido, como o processo rendeu uma excelente publicidade à sua preciosa história de adultério, decadência e miséria provinciana que enredava seu Madame Bovary.
Pinard bem podia ser um personagem secundário de Flaubert, em A Educação Sentimental - escrito poucos anos depois do processo levantado por ele em sua opération lava jatô pessoal. Eu particularmente desconfio, se me permitem, dada a licença poética, que Jacques Arnoux tem algo dos cornos cuspidos e escarrados Ernest Pinard. Mas se nem Lukács, nem Bourdieu falaram nada dos cornos que menino Moreau colocou na testa de Sr. Arnoux, quem sou eu para ficar comentando essas coisas sobre a vida alheia?
O fato é que em Pinard passou para a história com justiça poética: como apenas uma anedota verborrágica e censória. E nos anos 1980, ainda que alguns intelectuais tentassem imputar em Flaubert vários delitos de sexismo, pensamento antidemocrático, misantropia, abuso de menores e algumas outras vigarices, Flaubert permaneceu um gênio da descrição, do mal e da minúcia. Para mim, A Educação Sentimental, mais até que Madame Bovary, é um clássico de formação para um jovem. Ele tem um força incontida, indomesticável, que busca o absurdo e a beleza em cada descrição dos meandros psicológicos dos personagens.
Este mês se celebra 140 anos de morte de Flaubert.
Flaubert continua Flaubert, e o malandro Ernest Pinard, não passou de um
burocrata da Segunda República francesa. Mas ainda assim, conseguiu cavar uma
vaguinha como procurador geral francês em Douai,e terminar a vida com uma
aposentadoria legal … Moro, muito mais perigoso que Pinard, ainda está
aguardando o desfecho do nosso 18 Brumário, pra ver se ele também consegue beliscar
alguma daquelas prebendas prometidas lá atrás, durante o golpe do impeachment, na
negociação com MPF da República das Araucárias, jogada no ventilador pelo The Intercept, no episódio da prisão de Lula nas vésperas da eleição, impedindo sua candidatura… enfim, quem sou eu para
ficar comentando essas coisas sobre a vida alheia?
O aprendiz
Primeiro construí na areia, depois na rocha,
Quando a rocha ruiu,
Não construí mais nada.
Depois construí muitas vezes de novo
Ora na areia, ora na rocha, porém
Eu aprendi.
Aqueles a quem confiei a carta
Jogaram-na fora. Os outros, que nem notei,
A mim a trouxeram de volta.
Então aprendi.
O que eu mandei fazer não foi realizado,
Mas quando cheguei ao lugar
Vi que seria errado. O certo
Foi feito.
Disso eu aprendi.
As cicatrizes doem
No tempo frio.
Mas eu digo sempre: só o túmulo
Não me ensina mais nada.
BRECHT, Bertolt. "Der Lernende"/"O aprendiz". Trad. de Wira Selanski. In: SELANSKI, Wira (org.). Fonte: Antologia da lírica alemã. Rio de Janeiro: Editora Velha Lapa, 1999.
O nome Aldir Blanc significa algo para você ?
Americanas. Nao pude resistir. Pegou bem no ouvidinho esquerdo:
- O nome Aldir Blanc significa algo pra voce?
Balão Cativo
Lembro que o Consulado ficava na Rua Duvivier, no predio ao lado do Beco das Garrafas. Ali trabalhava o Padre Pepe. Padre Pepe era um amanuense espanhol muito amigo da nossa família, que trabalhava no Consulado há anos, e que tinha casado meus pais, na supracitada ibidem Igreja da Irmandade do Divino Espírito Santo da Lapa. Nesse dia específico, lembro bem, eu tinha 10 anos. Com 10 anos você é inocente. Mas eu sempre saia do Consulado com a certeza que o padre Pepe não ia com a minha cara. E fique certo de que a recíproca também era verdadeira, tanto é que minha mãe me dizia antes de entrar: Se comporta, não toca em nada, só abra a boca se falarem com você. Uma mãe só diz isso a um filho, quando tem a certeza de que ele não é flor que se cheire.
Nessa época, nesse dia específico, eu ainda não desconfiava que o pilantra também tinha uma dona há anos. Mas aquilo era um tabu na família. Todo mundo sabia da amante do Padre Pepe, menos eu e minhas primas menores. Padre Pepe devia ser Franquista. E a possibilidade dele ser franquista me deixaria num futuro pretérito mais que perfeito, muito puto. Isso me deixa mais puto até hoje. Pari passu ao condicional fato de ele ter vivido com uma mulher a vida toda - isso realmente é o de menos - , o malandro atendia ao público num órgão governamental, público, laico, com a clérgima!
...me lembro que a viagem de volta foi linda. E eu acabei de ler o livro, antes de chegar a Cascadura...
Eu tava me sentindo muito infeliz...
Não, não se trata de grandeza
Mas do precário equilíbrio
Entre sofrer pelos outros
E rir de mim.
Pensando bem,
Ninguém me perguntou nada.
Com Licença
sentindo muito infeliz.
tornado lei, vassalo como um político arenista...
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