No Cronaca di un amore de 1950, Antonioni, mais de 10 anos antes da trilogia começada em L’Aventura, já mostra o que fez dele um cineasta das pausas constrangedoras, da coragem pela incomunicabilidade, dos desvios, das interceptações de olhares obliquos. No Cronaca, os amores inconsistentes, os silêncio eloqüentes, o tédio amoroso e a incompreensão constante fazem da vida de Enrico e Paola (Lucia Bose) um inferno cotidiano.
Enrico, sentindo-se inseguro em relação a sua jovem e sensual esposa Paola, contrata um detetive particular. Ironicamente, sua atitude acaba gerando o reencontro de Paola com seu ex-amante Guido. A partir daí, os dois reiniciam um antigo affair que desemboca no fim trágico de Enrico.
Neste filme, particularmente, não há as angulações tensas do L’Eclisse ou menos ainda do Blow up, mas há incontestavelmente a fotografia triste, o quase nada mostrado numa clássica economia verbal. Os personagens, que vivem vidas deslocadas e seus interlúdios humanos, são delicadamente fragilizados tanto pelas paixões quanto pelos seus destinos.
Contentemo-nos com a Ilusão da Semelhança, porém, em verdade lhe digo, senhor doutor, se me posso exprimir em estilo profético, que o interesse da vida onde sempre esteve foi nas diferenças,
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