Minha Orfã
Porque não quis te olhar, ficaste cega.
Sei que esperas por mim
Desde o tempo em que usavas tranças e brincavas com arcos.
Sei que esperas por mim
Como o caminheiro espera a fonte no deserto.
Eu não queria te olhar
Por que me debrucei sobre o mito de outras,
Por que não me sabes dar, ó pobre amiga,
O sofrimento e a angústia que formam as catástrofes.
[…]
Fragmento de poema de Murilo Mendes do livro As Metamorfoses de 1938.
Contentemo-nos com a Ilusão da Semelhança, porém, em verdade lhe digo, senhor doutor, se me posso exprimir em estilo profético, que o interesse da vida onde sempre esteve foi nas diferenças,
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