Prairie Spring
Evening and the flat land,
Rich and sombre and always silent;
The miles of fresh-plowed soil,
Heavy and black, full of strength and harshness;
The growing wheat, the growing weeds,
The toiling horses, the tired men;
The long empty roads,
Sullen fires of sunset, fading,
The eternal, unresponsive sky.
Against all this, Youth,
Flaming like the wild roses,
Singing like the larks over the plowed fields,
Flashing like a star out of the twilight;
Youth with its insupportable sweetness,
Its fierce necessity, Its sharp desire,
Singing and singing,
Out of the lips of silence,
Out of the earthy dusk.
Pradaria Vernal
O entardecer e a terra plana,
Rico e sombria, sempre silenciosos;
Os quilômetros de solo recém-arado,
Pesado e negro, cheio de força e aspereza;
O trigo em crescimento, o mato em crescimento,
Os cavalos labutando, os homens cansados;
As longas estradas vazias,
Fogos sombrios do pôr do sol, desaparecendo,
O céu eterno e indiferente.
Contra tudo isso, Juventude,
Flamejante como as rosas selvagens,
Cantando como as cotovias sobre os campos arados,
Brilhando como uma estrela no crepúsculo;
Juventude com sua doçura insuportável,
Sua necessidade feroz,
Seu desejo agudo,
Cantando e cantando,
Ausente dos lábios do silêncio,
Ausente do crepúsculo terrestre.
Willa Sibert Cather é uma escritora americana que morreu no ano de 1947. Escreveu clássicos como O Pioneers!, My Antonia, que li quando fiz umas aulas eletivas de Literatura Americana enquanto trabalhei na Oliveira Lima Library, na Catholic University of America, com a perseverante especialista em Paul Valery, Dra. Anca Nemoianu, uma romena formada pela Universidade de Bucareste. Curiosamente, não conhecia quase nada de sua poesia. Desconheci, por anos, por exemplo, a beleza do poema Euridice que foi publicado em 1903, salvo engano antes de comecar a se relacionar com a editora da McClure’s Magazine Edith Lewis, com quem dividiu caminhada até o fim de sua vida em 1947, devastada por um câncer de mama.
Eurydice
A bitter doom they did upon her place:
She might not touch his hand nor see his face
The while he led her up from death and dreams
Into his world of bright Arcadian streams.
For all of him she yearned to touch and see,
Only the sweet ghost of his melody;
For all of him she yearned to have and hold,
Only the wraith of song, sweet, sweet and cold.
With only song to stop her ears by day
And hold above her frozen heart always,
And strain within her arms and glad her sight,
With only song to feed her lips by night,
To lay within her bosom only song—
Sweetheart! The way from Hell's so long, so long!
Euridice
Uma condenação amarga eles fizeram em seu lugar:
Ela não podia ver seu rosto, nem ao menos com a mão tocar
Enquanto ele a conduzia da morte e dos sonhos
Para seu mundo de brilhantes riachos Arcádios.
Por tudo que ela, por tocar e ver, ansiava,
Apenas o doce fantasma de sua melodia;
Por tudo que ela ansiava por ter e segurar,
Apenas o espectro da canção, doce, doce e fria.
Com apenas uma canção para tapar seus ouvidos durante o dia
E aguentar em seu sempre coração congelado,
E sequestrar para dentro de seus braços e contentar seu olhar alegre,
Com apenas uma canção para alimentar seus lábios à noite,
Para deitar em seu peito apenas uma canção—
Querida! O caminho do Inferno é tão longo, tão longo!
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