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There Will Be Blood




There will be blood é do mesmo cara que fez Magnólia e Boogie Nights. Paul Thomas Anderson é um diretor jovem, mas que faz cinema como deve ser feito, alinhava um bom roteiro a belas imagem – para o bem e para o mal - de maneira impressionante.

O filme conta a história de uma família - os Sunday - envolvida na saga do petróleo e de Daniel Plainview. Plainview torna-se ao longo da estória, de um simples minerador de prata, dono de uma grande companhia de extração de petróleo. O roteiro de Paul T. Anderson utiliza aspectos do livro de Upton Sinclair, Oli.

Começa em 1898 quando Daniel Plainview, interpretado por Daniel Day-Lewis, um homem frio e calculista, movido pela rudeza, ambição e a complexidade dos homens sem qualidades, descobre petróleo nas minas de prata que garimpa e torna-se um prospector de petróleo. De um simples gaimpeiro de prata, converte-se em pouco tempo num extrator de petróleo. Num acidente fatal com um de seus empregados, Daniel adota H.W., o filho do empregado como se fosse seu filho e as poucos sócio.

Certo dia, chega a seu escritório Paul Sunday (Paul Dano) - e estou na duvida ate agora se Paul realmente existiu ou se foi uma invencao de Eli - , que troca a informação de uma reserva prospectiva – por acaso nas terras de seu pai – por 500 dólares em Little Boston, Califórnia. Daniel parte para Little Boston. Chega à propriedade com a desculpa de caçar pássaros e acaba negociando as terras dos Sunday sem o patriarca da família saber. Nesse momento Eli Sunday, irmão gêmeo de Paul, sobre o preço da propriedade para 10 mil dólares convertidos a sua igreja, enquanto Daniel oferece apenas 5 mil.

Nesse momento a história converte-se então numa alegoria sobre ambição e fé, representada pelo garimpeiro que realiza o sonho americano - e é conseqüentemente destruído por ele – e os interesses religiosos manipulativos a serviço da política e da economia.

Com a grana fácil que jorra dos poços, a parceria entre Daniel e Eli tinha tudo para dar certo. Eli era o pastor da Church of the Third Revelation, agora expandida com o suporte financeiro de Plainview. Porém a inimizade entre os dois começa na inauguração do poço de petróleo. Eli exige que ele abençoe a inauguração e Plainview o trapaceia abençoando ele mesmo o produto de seu esforço empresarial.

A partir desse momento a relação entre fé e dinheiro degringola de vez com Eli exigindo cada vez mais dinheiro em nome do Senhor, e Plainview se tornando cada vez mais fdp com tudo e todos. Um momento tocante e determinante na caracterização dos personagens e da estória se passa na explosão do poço de petróleo, quando H.W. cai e perde a audição. Eli insiste que o acidente teria sido causado pela ira do Senhor, por ele, Eli, não ter abençoado o poço. Plainview da-lhe uma sova humilhante na frente dos empregados e Eli, antes de partir em missão, vinga-se.

Plainview necessiatava das terras de Mr. Brandy para construir um oleoduto que ligasse Little Boston ao mar. Voilá. A condição para que conseguisse a terra era de que fosse batizado na igreja do pastor Eli. Uma das cenas mais impressionantes do filme acontece quando o babaca do expectador pensa que Daniel completamente em transe, esbofeteado, humilhado e quase convertido a fe' de Eli esta de joelhos à frente de um Eli espiritualmente forte e vingativo, esta praticamente convertido à Church of the Third Revelation. No fim do carnaval anímico, Plainview olha nos olhos de Eli e diz que aquilo valia o duto!


Daniel Day-Lewis levou o Oscar nessa cena, tenho certeza.


Se tu duvida da uma olhada nisso... http://www.youtube.com/watch?v=QP7lFpPnHg4


Na manhã seguinte Mr. Brandy concorda em alugar suas terras e Eli parte para uma missão. E nesse ponto a estória dá um salto para o ano de 1927 when there will be blood...
Musica do Dia: Brahms. Concerto para violino. Terceiro Movimento

El Aura

Resumindo: Fabián Bielisnky morreu no quarto de um hotel, se não me engano em São Paulo. Vítima de um forte golpe de caratê colombiano. Os jornais noticiaram que havia sido um ataque cardíaco. Perdeu o cinema e, pode parecer piegas, um pouco cada um de nós.

Senti muito a morte do cara que fez Nueve Reinas, um dos melhores filmes argentinos que tinha assitido nos últimos anos.

No El Aura o roteiro também é recambolesco, vendo-se um pouco a marca do maneirismo de Bielinsky, mas que ele conduz com precisão. El Aura é a estória de um taxidermista epilético, taciturno e reservado que tem uma memória imediata fenomenal, chegando a memorizar detalhes que poucas pessoas podem guardar. Depois que a mulher o deixa, sem bem saber por quê, aceita o convite de um amigo para caçar, mesmo que se recuse a matar animais. Nessa viagem se vê envolvido num assassinato acidental - na qual ele mata o dono da cabana onde estão hospedados ele e o amigo. A vítima, é o arquiteto de um assalto prestes a acontecer num cassino que está para fechar.

Aos poucos, o personagem de Ricardo Darín, acaba se envolvendo com os planos de assalato em andamento – contactando os cúmplices e se fazendo passar por comparsa do homem assassinado, mesmo sem ter a noção exata do que acontecia, mas valendo-se de sua prodigiosa memória. Nos detalhes dessa aproximação é que Bielinsky mostrou a sua maestria em conduzir um filme de tensão, pois você, pobre espectador, não sabe qual é o plano para o assalto, nem tampouco se a interpretação que taxidermista – calcado apenas em sua memória das anotações de um caderno que ele encontra com os planos - dá aos fatos é correta.

Nota: abraço pro Vivaldo, que também gostou do filme.

Recapitulando, o maneirismo de Bielinsky cessa exatamente no momento em que Aura se afasta diametralmente de Nueve Reinas. O estilo é parecido – takes incompeltos, cortes rápidos, jogos de memória, um plano último seja ele relacionado a selos ou a um assalto a um cassino - , mas no Aura há vários assassinatos, um clima de suspense e tensão pesados. Ou seja, aquele clima de tensão embaralhada com certa agitação cômica de NR não acontece em El Aura, um filme noir dos bons.


Música do dia. Do You Want to. Franz Ferdinad